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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sigur Rós- Kveikur [2013]

“Às vezes o homem prefere o sofrimento à paixão.” Dostoiévski.

Um retorno glorioso, talvez não um que estivéssemos esperando.

A construção tensa distorcida, fervendo a uma temperatura onde parece que vai entrar em colapso pelo seu próprio peso... Aquelas imensas placas de fundição do baixo, lotando seus alto-falantes, batendo de frente como uma tonelada de tijolos de chumbos. Esse pressentimento sinistro de queda, deixando-o mergulhado nos trabalhos violentos promovidos pela guitarra em arco... É uma introdução que ouvintes tem se acostumado nos últimos meses, ainda assim a familiaridade não faz nada para amortecer o impacto formidável uma vez que o som é posto em movimento. De forma mais significativa, essas denso choque industrial acena essencialmente para a sinalização do retorno ao Sigur Rós que conhecemos e amamos; a recepção morna conferida ao retorno em Valtari mal teve tempo de se dissipar. É quase como se aquele LP fosse meramente uma provocação- um discreto lançamento concebido para conter as expectativas e estimular os apetites antes da verdadeira reemergência de uma das grandes bandas do nosso tempo.

É claro, há um bocado mais sobre Kveikur e sua criação surpreendentemente rápida, mas um fato que inquestionavelmente teve efeito é a partida do membro multi-instrumentista  Kjartan Sveinsson. Embora um elemento importante que rendeu Ágætis byrjun, ( ) e Takk, não poderia ser mais óbvio que sua partida teve um efeito de revestimento no grupo- o trio reminiscente tendo quebrado audivelmente seus grilhões metafóricos e embarcado em aventurosas novas avenidas sonoramente e em termos de composição. O resultado final é o tipo de gravação que os fãs queriam desde a conclusão de seu período dourado. Longe de o falso amanhecer que alguns temiam, a gigantesca faixa inicial é um sinal infalível de que alguma coisa muito maior estava se formando!

Talvez toda a familiaridade com as tentativas da banda, foi o que ao invés de afastar os fãs, tornou Kveikur um corpo de trabalho tão digestivo. Esse não é um álbum que você precisa absorver em um quarto escuro, ou investir incontáveis horas para apreciar. Na verdade, mais do que demandar tanta aplicação, este é aquele que forçosamente se faz ouvir; com uma medida igual ambiciosa e confortável em sua própria pele, e acima de tudo, que é um prazer para nós, meros mortais, explorar! Levaram oito anos e dois estranhos interlúdios para que a bateria deles fosse recarregada, mas as frustrações de qualquer fã persistente certamente irá se esvair no momento que essa assustadora obra-prima arrasta-se sedutoramente para dentro dos ouvidos.

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