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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Peter Evans Trio - Zebulon (2013)

"A única obsessão que todo mundo quer: 'amor'. As pessoas pensam que se apaixonar as tornam completas? A união platônica das almas? Eu acho o contrário. Acho que você está inteiro antes de começar. E o amor vai te fraturar. Você está completo, então a ferida é aberta.” Philip Roth.

Adivinhem quantos álbuns bons esse cara já participou desde 2007? Facilmente mais que dez, com álbuns solos, duo, com seu quarteto, seu quinteto, com Mostly Other People Do The Killing, com Mary Halvorson, Weasel Walter, Evan Parker, Okkyung Lee, Payton MacDonald, Elliott Sharp, e muitos outros.

Nós encontramos Evans na companhia de John Hébert no baixo e Kassa Overall na bateria, para um desempenho em trio um ano atrás num clube agora defunto Zebulon, no Brooklyn. E o trio poderoso soa completamente como se você não fosse esperar. Sem explorações sônicas, sem técnicas estendidas, sem estranhas aventuras musicais. Mas também não é música estritamente composta ou arranjada. Vai à mesma veia do que eu sempre gostei quando ouço Mostly Other People Do the Killing; “deixa tudo solto agora, rodas fora do chão, e voe!”. E esse trio voa: Evans, Hébert e Overral, e como voa!

O que temos aqui é um jazz autêntico, cheio de ritmo, balanço, pulso, mestria instrumental e diversão, alegria, e o legado do jazz virado de cima pra baixo! O álbum contém quatro faixas de mais ou menos vinte minutos cada, oferecendo muito tempo para longos improvisos, interação lúdica e artística, e para que os três músicos brilhem cada qual a sua vez, como se espera de uma gravação ao vivo. Esse último aspecto realmente determina a música, porque há um elemento da apresentação e espetáculo para agradar a audiência, que reage entusiasticamente depois de cada peça.

Esse é o jazz que continua a legacia de performances como Louis Armstrong, Dizzy Gillespie, Roy Eldridge, Clifford Brown, Freddie Hubbard... Mas puxando o balanço e o bop em uma energética e nova elevada zona livre, como se post-bop, loft-jazz, cool jazz, Ornette Coleman, Albert Ayler e tudo no meio nunca houvessem existido, uma árvore com raízes profundas e ramos selvagens!

Mesmo que isso tenha sido uma espécie de passo ao lado estilístico para Evans, o resultado final é realmente ótimo e divertido!

Estale seus dedos, bata seus pés e balance sua cabeça!

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