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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Nadja- Flipper [2013]


“Sem humor, a vida é duma atroz obviedade.” — Zuca Sardan

Como ganhar uma perspectiva nova sobre o mistério das coisas quando praticamente tudo que encontramos no mundo vem plastificado? Algumas escolas da filosofia dizem que o milagre é a mudança de percepção. Então o que ocorreu comigo foi um milagre, pois após muitas colaborações com outros artistas (o que não gerou lançamentos necessariamente ruins), fiquei empolgado novamente quando ouvi um disco apenas do Nadja.

O som acolhedor é basicamente o mesmo nas quatro faixas; atmosferas dispersas e tristes, Nadjaianas para assistir a chuva cair pela janela, som devaneador impulsionado pela aparição do violino (Peter Broadrick) e da viola (Angela Cha), fazendo com que o casal Aidan e Leah (ambos que eu tive o prazer de conversar durante apresentação solo de Baker em São Paulo, e que fizeram a gentileza de autografar uma cópia inédita do Queller, álbum que só será lançado mundialmente mês que vem) crie uma atmosfera morta onde tais instrumentos se fazem sobressensíveis devido ao desenvolvimento da peça.

O que mais me impressionou nesse álbum foi que, apesar das canções seguirem a mesma trilha, estas apresentam suas nuances que fogem do caminho, e não te entediam de forma alguma; é perfeitamente possível e agradável ouvir esse álbum diversas vezes, o silêncio que a música sugere é também um convite à contemplação do desenvolvimento muito lento. Flipper certamente não é o melhor álbum da dupla, mas é certamente uma ouvida agradável e que supera os trabalhos anteriores mais recentes, e que valerá mais algumas escutadas sempre que eu for à praia e caminhar ao seu redor, em um domingo cinzento de manhã.

Entrevista com Foxing

Se você é tão maluco pelo que se convencionou chamar de "midwest emo" como eu, você provavelmente já ouviu a estreia do Foxing, The Albatross. Música ambiente com sinfonias orquestradas, o álbum é facilmente um marco no estilo. Recentemente, eu pedi uma entrevista com eles, e eles gentilmente aceitaram. Você pode ler abaixo:

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1. Eu li na internet que vocês têm vendido muitos discos. Sendo sua estreia, isso era algo esperado?

Josh: Não.

Conor:  Nós definitivamente antecipamos a vendo de alguns discos para nossos amigos, mas as vendas realmente acabaram rápido. Nós vendemos todas nossas cópias durante o show de lançamento, três dias após o álbum ser lançado- nós certamente não antecipávamos isso.

2. Honestamente, desde que eu tenho acompanhado o emo, seu lançamento é uma das coisas mais sinceras que eu ouvi. Como foi todo o processo de gravação?

Conor: Foi realmente íntimo e emocional para todos nós. Eu sinto que as gravações realmente capturaram um ano inteiro das experiências mais felizes e horríveis da minha vida.

Josh: Sim, foi realmente um processo longo e árduo. As canções e seus significados são peças de trabalho extremamente pessoais; nós sentimos necessário lidar com elas carinhosamente. Do começo ao fim, foi mais de um ano de trabalho.

3. Como é a reação do público quando vocês tocam as canções ao vivo?

Conor: A reação que nós recebemos é sempre gentil. Nós realmente não sabemos o que as pessoas pensam porque elas são sempre gentis. Eu espero que elas apreciem isso tanto quanto nós.

Josh: A resposta de Conor é incrível. Eu amo a ideia das pessoas serem gentis em relação ao nosso set e depois esculachá-lo na volta para casa. Para mim, eu acho que depende do público e do ambiente da noite. Geralmente, ou as pessoas ficam turbulentas e participam dos moshs- ou há sempre uma ótima onda de olhos fechados e cabeças balançando.

4. O que vocês aprenderam em uma banda que não pode ser aprendido em trabalhos diários?

Josh: Eu aprendi a embalar uma cerveja.

Conor: Eu aprendi muito sobre mim mesmo; o que realmente quero na vida. Eu também descobri o que é estar verdadeiramente feliz fazendo algo que sou capaz de fazer- o que tem sido inestimável para mim.

5. Por quais bandas vocês recentemente se apaixonaram?

Conor: Eu recentemente tenho ouvido muito Caspian, The Reptillian e Little Big League. Eu também estou redescobrindo Tears For Fears.

Josh: Recentemente, If You Leave, do Daughter, tem me deixado sem palavras, é lindo. Eu tenho ouvido Tim Hecker por um longo tempo, mas seu novo disco, Virgins, é também um chute no peito. Eu nunca mais vou recusar Joie De Vivre na minha vida. Os novos do Brighter Arrows e do Crash Of Rhinos realmente tiveram algum impacto em mim. Com toda honestidade, 2013 não foi um ano de grandes descobertas para mim, mais um ano de afirmação.

6. A capa do The Albatross é fantástica. Como essa ideia surgiu?

Conor: Todos nós concordamos com a ideia de usar uma fotografia, não um design. Toda a arte surgiu de um fotógrafo brilhante chamado Kevin Russ. Ele é incrível e vocês definitivamente deveriam conferir seus outros trabalhos.

Josh: Ele foi extremamente gracioso em nos permitir usar sua fotografia.

7. Bit By a Dead Bee (parte I e II) é uma referência à Breaking Bad? Se sim, quais foram as razões que fizeram vocês tão excitados para gravar duas canções sobre esse tema?

Conor: [risadas] Pergunte ao Josh.

Josh: Não. Inicialmente foi uma referência a um filme da década de 1940, Uma aventura na Martinica. No entanto, enquanto eu estava revendo Breaking Bad, eu percebi que havia um episódio com o mesmo nome; obviamente os escritores de Breaking Bad também se referiam a esse filme. Eu posso honestamente dizer que eu não estava ciente disso até depois que nomeamos a canção; prestar atenção nos nomes dos episódios nunca foi meu negócio. No entanto, nós cinco somos fãs da série, então eu estou completamente confortável com as pessoas pensando nessa referência. Por último, as canções não tem nada a ver com “Uma aventura na Martinica” em um sentido direto. Eu prefiro não falar candidamente sobre o que essas duas cações especificamente são- eu direi que conceitualmente elas são sobre ter coisas dentro que você pensou ter se livrado, mais especificamente a maneira que maus hábitos e comportamento autodestrutivo podem tão facilmente voltar para a vida de alguém.

8. Como são as apresentações em St Louis?

Conor: As apresentações em St. Louis mal podem ser chamadas de “apresentações”, se isso responde a pergunta. Nossos shows são geralmente incríveis. Para bandas em turnê, são muitos jovens reclamando que vão a um show. Mesmo que a banda seja incrível. St. Louis é uma cidade muito, muito esquisita.

Josh: Eu discordo do Conor; eu realmente não acho que há necessariamente uma diferença entre todos os shows locais e shows de bandas em turnê. Há alguns problemas com a música em Saint Louis; eu não sou perito em nenhum deles. Algumas bandas tocam um show por semana em Saint Louis e então reclamam que não estão trazendo pessoas. Nós tentamos espaçar nossos shows locais, para dar atenção que cada um merece. Há altos e baixos em toda cena; a nossa não é diferente. Não há muito a ser dito, além disso. Eu aprecio tocar em Saint Louis.

9. Quais são as coisas que mais lhe influenciam para escrever as letras?

Conor: Eu sou muito influenciado por falar comigo mesmo no carro. Eu tenho um dialogo aberto muito consistente comigo enquanto dirijo. Conversando consigo mesmo como um maluco, você aprende muito sobre  o que está acontecendo na sua mente e se você escrever algo disso, tende a soar muito bom e substancioso.

Josh: Além das coisas óbvias, como outros escritores, eu acho que as letras que escrevo para o Foxing são sobre minhas próprias experiências e vivências. Há linhas em nossas canções que são tão próximas às coisas que foram ditas em relacionamentos, que eu tive que dar um passo atrás e perguntar a mim mesmo se valeria a pena mantê-las, simplesmente porque não há modo de algumas pessoas não saberem que são referências diretas. Por outro lado, algo que eu estou tentando trabalhar é em escrever mais abertamente e parar de mascarar certos significados com metáforas ou troca de frase. Eu acho que meu objetivo na escrita é alcançar uma balança apropriada.

10. Violino, violoncelo, flauta... Desde o início vocês pensaram sobre encaixar todos esses instrumentos, ou as sessões de gravação que te fizeram pensar sobre isso?

Josh: Todos nós temos muito amor por música sinfônica; eu acho que daqui em diante sempre haverá um nível disso em nossa composição.

Conor: Desde o inicio era a nossa intenção incluir orquestra em algumas faixas. Muito disso surgiu questionando se poderíamos fazer algo e tentar na prática.

11. Nesse momento, qual é o nível de prioridade do Foxing na sua vida pessoal?

Conor: Foxing é realmente tudo o que eu quero fazer. Faculdade e trabalho são obstáculos completos para mim todos os dias.

Josh: Eu concordo com o Conor. Na base do dia-a-dia,  consome cerca de 70% do meu tempo e uma quantidade igual na minha cabeça. Eu lido na maioria dos negócios da banda, o que acarreta em muitas responsabilidades. Entretanto, eu absolutamente não estou reclamando disso- eu amo essas coisas.

12. Quais bandas emo vocês acham que vão estourar (Não monetariamente, vocês sabem).

Conor: Bem, depende de como você definir “estourar”. Para mim, estourar significa tocar no SNL ou no All Tomorrow’s Parties. Eu acho que o TWIABP vai continuar crescendo[...] Eu quero dizer, eles já são um grande negócio,mas muito em breve eu sinto que eles vão no Letterman e essas merdas. Contudo, honestamente, eu não conheço muitas bandas emo que eu poderia ver tocando no SNL ou no All Tomorrow’s Parties.

Josh: Eu concordo que “estourar” é um termo meio subjetivo de ver a música. Por exemplo, onde nós estávamos um ano atrás em comparação com onde estamos agora, eu sinto que nós estouramos; coisas assim são completamente relativas. Eu penso que o Into It. Over It tem o potencial para atravessar e jogar no time mainstream. Eu não sei, é algo que eu realmente não penso, principalmente porque “estourar” tem completamente mudado ao longo dos anos. Se “estourar” significa viver do seu trabalho, eu posso nomear muitos grupos que já fazem isso. Se “estourar” significa jatos particulares e Grammys, então nenhum.

13. O nome do nosso blog é Anthem Albums . Por favor, nos diga qual é o álbum hino de vocês?

Conor: Meu álbum hino é Dancing on the Ceiling, do Lionel Richie.

Josh: Meu álbum hino é The Tired Sounds of Stars of the Lid, do Stars of The Lid. Eu entendo que esse álbum não é marcado como cheio de “hinos”, mas eu amo.

14. Obrigado! Realmente agradecido. Por favor, deixem uma mensagem aos nossos leitores.

Josh: Se você está lendo isso, obrigado pelo interesse em nossa banda; nós nunca quisemos te decepcionar.


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Você pode encontrar as músicas deles aqui:
http://www.foxingtheband.bandcamp.com
http://foxing.bigcartel.com/
http://www.foxingtheband.tumblr.com
https://twitter.com/foxingtheband

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Interview with Foxing

Hey nice people!

Recently I got really, really stoked with Foxing last and debut effort, The Albatross. It has become the soundtrack to my end of year. It’s a damn good record; endorsing the list of amazing bands at CYLS. So, I was really thankful when they accepted doing an interview.  You can read it below:

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1.   I’ve read on the web you’ve selling plenty of records. Being your debut, it was something you expected?

Josh: No.

Conor: We definitely anticipated selling a few records to our friends but the sales really took off fast.  We sold out of all of our copies during our release show, three days after the album came out—we were certainly not anticipating that.

2. Honestly, since I’ve been emo stuff, your release is one of the most heartfelt things I’ve heard. How was the whole process of recording it?

Conor: It was really intimate and emotional for all of us.  I feel like the recordings really captured a full year of both the happiest and most awful experiences in my life.

Josh: Yeah, it was a really long and arduous process. The songs and their meanings are extremely personal pieces of work; we felt it necessary to handle them with care. From start to finish, it was over a year of work.

3. How is the reaction of the audience when you play the songs live?

Conor: We really don't know what people actually think but they're always to kind; I hope people enjoy it as much as we do.

Josh: I think it just depends on the crowd and the environment of the night. Generally speaking people are either getting rowdy or participating in some pretty chill moshing—if nothing else or there is always a nice wave of eyes closed and heads nodding.

4. What have your learnt being in a band that you can’t learn in daily routine jobs?

Josh: I’ve learned how to bag a beer.

Conor: I've learned a lot about myself; what I really want in life.  I've also found out what its like to be truly happy doing something that I am capable of doing—which has been invaluable to me.

5. What are the bands you recently felt in love?

Conor: I've recently been listening to a lot of Caspian, The Reptilian, and Little Big League.  I'm also rediscovering Tears For Fears.

Josh: Recently, If You Leave by Daughter has completely shut me down, it’s beautiful. I’ve listened to Tim Hecker for a long time, but his new record Virgins is also a kick in the chest. I would never turn down more Joie De Vivre in my life. The new Brighter Arrows and Crash of Rhinos really did something for me as well. In all honesty, 2013 wasn’t a huge year of discovery for me, rather a year of affirmation.

6. The cover of The Albatross  is amazing. How that idea came up?

Conor: We all agreed on the idea of using a photograph rather than a design.  All the art came from a brilliant photographer named Kevin Russ.  He's amazing and you should definitely check out his other work.

Josh: He was extremely gracious in allowing us to use his photography.

7. Is Bit By a Dead Bee (part I and II) is a reference to Breaking Bad? If so, what were the reasons that made you so excited to make two songs about it?

Conor: [Laughs] Ask Josh.

Josh: No. It was initially a reference to the 1940’s film, To Have and Have Not. However, while re-watching Breaking Bad, I noticed there was an episode with the same name; obviously the writers on Breaking Bad are referencing To Have and Have Not as well. I can honestly say I wasn’t aware of it until after we named the song; paying attention to episode titles has never been my thing. However, all five of us are fans of the show, so I’m completely fine with having people think the name is a reference. Lastly, the songs have nothing to do with To Have and Have Not in a direct sense. I’d rather not say what those two songs are specifically about—I will say that conceptually both songs are about having things inside of you that you thought you had gotten rid of, more specifically the way bad habits, depression, feelings of inadequacy, and self-destructive behavior can so easily surface.

8. How are the gigs at  St Louis?

Conor: St. Louis gigs can unabashedly be called “gigs” if that answers the question.  Our shows are usually awesome.  For touring bands, it’s a lot of twisting folks' arms to come out to shows though.  Even if the band is amazing.  St. Louis is a weird, weird town.

Josh: I disagree with Conor; I don’t really think there is necessarily a difference between all local shows and shows with touring acts on the bill. There are a ton of issues with Saint Louis music; I’m an expert on none of them. Some bands play a show in Saint Louis every week and then complain that they aren’t drawing people. We try to space out our local shows in order to give each of them the proper attention they deserve. There are peaks and valleys to every scene; ours is no different. Aside from that, I couldn’t really say. I enjoy playing music in Saint Louis.

9. What are the things that most influence you to write the lyrics?

Conor: I get influenced a lot by talking to myself in my car.  I have a pretty consistent open dialogue with myself while driving.  From talking to yourself like a crazy person, you learn a lot about what's really on your mind and if you write some of it down, it tends to sound pretty nice and meaningful.

Josh: Besides the obvious things, such as other writers, I suppose the lyrics that I pen for Foxing are about my own experiences and shortcomings. There are lines in our songs that are so close to things that have been said in relationships, that I’ve had to take a step back and ask myself if it’s worth keeping them in, simply because there is no way those people that they are references wouldn’t know they are about them. On the flip side, something I’m trying to work on is writing more openly and stop masking certain meanings with metaphors or turn of phrase. I suppose my goal in writing is to achieve the proper balance.

10. Violin, Cello, Flute… Since the beginning you thought about putting all this instruments into the music, or the recording sessions made you realize that?

Josh: We all have a lot of love for symphonic music; I think from here on out there will always be a degree of that written into our music.

Conor: From the beginning we intended to include orchestration to a few of the songs.  A lot of it came from questioning if we could do something and trying it out.

11. Right now, what is the level of Foxing in your personal life?

Conor: Foxing is really all that I actually want to do.  School and work are complete obstacles for me every day. 

Josh: I agree with Conor. On a day-to-day basis, it takes up about 70% of my personal time, about an equal amount of my headspace. I handle most of the business side of things for the band, which comes with a ton of responsibility. In no way am I complaining about that though--I love that stuff.

12. Which emo bands you think will make it big? (Not monetary, you know what I mean).

Conor: Well, I guess you have to define what "make it big" would mean.  To me, making it big means playing SNL or All Tomorrow's Parties.  I think The World is a Beautiful Place and I am No Longer Afraid to Die will continue to grow [...] I mean, they’re already a big deal, but pretty soon I feel like they'll be doing Letterman and shit.  Honestly, I don't know a whole lot of emo bands that I could see playing SNL or All Tomorrow's Parties though.

Josh: I agree that “make it big” is kind of a subjective way to view music. For example, where we were a year ago in comparison to where we are now, I feel like we’ve made it big; things like that are completely relative though. I guess I think Into It. Over It. has that potential to cross over into a mainstream playing field. I don’t know, this is something that I don’t really think about, mainly because “making it” has completely changed over the years. If “making it” means make a living off of their work, I can name a handful of groups already doing that. If “making it” means private jets and Grammys, then none.

13. The name of our blog is “Anthem Albums”. Please, tell us what your anthem album is?

Conor: My anthem album is Dancing on the Ceiling by Lionel Richie.

Josh: My anthem album is The Tired Sounds of Stars of the Lid by Stars of the Lid. I understand that this record is not chalk full of “anthems” but I love it.

14. Thank you! Really appreciate.  Please send a message to our readers, a kiss, anything.

Josh: If you are reading this, thank you for taking interest in our band; we never want to let any of you down.



You can check out their music right here: