Na primeira vez que eu ouvi Everyone Everywhere, senti uma conexão clara com as bandas de 90. Até cheguei a afirmar nesse blog, que se o Joia De Vivre é o novo Mineral, eles são o novo Promise Ring. Mas isso não coloca a banda em uma eterna nostalgia, pelo contrário. A capacidade de fazer referências claras às maravilhosas bandas de 90, ainda assim mantendo algo que soa fresco, é fabulosa.
Por ser uma das minhas bandas favoritas, é óbvio que fiquei contentíssimo quando o vocalista, Brendan McHugh, aceitou responder minhas perguntas. Abaixo, ele mantém o bom humor, não sem uma ponta de sarcasmo e ironia:
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1. Você já gosta de
todas as outras pessoas?
Brendan McHugh: Seria difícil gostar de todas outras pessoas,
porque muitas pessoas são desagradáveis. Mas há muitas pessoas boas, e nós
gostamos delas.
2. Ambas capas de seus
álbuns são muito tocantes. Elas têm alguma razão pessoal para os membros ou
apenas aconteceu de vocês gostarem da arte?
Brendan McHugh: Nós achamos que as fotos eram
interessantes, e gostamos delas como um par. Parecia haver um vínculo
intrínseco. Cores quentes e cores legais. Elas são fotos interessantes que
encontramos e de alguma forma ressoou com a música que havíamos composto.
3. Vocês foram à
Europa ano passado. Você pode nos descrever um pouco da reação que obtiveram
lá? E o que vocês sentiram vendo outras pessoas de outra língua cantarem suas
canções?
Brendan McHugh: A Europa foi boa. As reações foram positivas,
nós não fomos vaiados (que eu lembre). Contar piadas no palco foi difícil
devido à língua e barreiras culturais. Nosso senso de humor não é exportado
bem. A música foi legal, pareceu que todos gostaram disso, mas as piadas foram
um fracasso.
4. Quais coisas vocês
aprenderam fazendo turnê que nunca aprenderiam em um emprego burocrático chato?
Brendan McHugh: Fazer turnê é uma ótima maneira de subsidiar
viagem. Você aprende como dormir em uma van.
5. Quais são as bandas
que você recentemente se apaixonou?
6. Qual é o próximo
plano da banda?
Brendan McHugh: Nós devemos gravar algumas novas canções.
Esperançosamente nós vamos encontrar tempo para fazer turnê em algum lugar
exótico.
7. Quais são suas
reações sobre todo o hype em cima do “revival” que vocês e outras
grandes bandas tem realizado desde sempre? Eu quero dizer, vocês acham bacana
todos esses grandes websites falando da “cena” ou eles só estão exibindo
lados selecionados de algo que é mais profundo que isso?
Brendan McHugh: Nós vamos continuar fazendo isso que estamos
fazendo nos últimos seis anos independentemente do que quer que esteja
acontecendo. Nós não nos importamos. É legal se algumas bandas estão recebendo
mais atenção e vendendo mais gravações. O que quer que aconteça está bom.
8. De um lugar muito
distante, as apresentações da Filadélfia parecem ser incríveis. Você pode, por
favor, nos descrever um pouco disso.
Brendan McHugh: As apresentações na Filadélfia são
boas. Há um grupo bacana de pessoas e elas regularmente assistem as
apresentações. Muito dessas pessoas são amigas, elas parecem se conhecer; eu
tenho a impressão de que saem juntas mesmo quando não estão nos shows. Todas
presumivelmente se seguem no Instagram e gostam da foto de cada um, e twittam
um para o outro no Twitter. É uma boa comunidade.
9. Literatura é algo
que influencia a maneira que você escreve suas letras? Se sim, quais livros te
marcaram?
Brendan McHugh: Literatura não é uma grande influência. Eu
leio livros, mas não penso em nenhum livro em particular enquanto escrevo as
letras. O último livro que li foram primeiras cem páginas de Madame Bovary.
Nossa próxima gravação será um álbum conceitual da perspectiva de uma dona de
casa entediada na França provincial.
10. Como é seu
processo de composição?
Brendan McHugh: Nós tocamos livremente até achar uma parte que
gostamos e construímos as canções a partir daí. As letras vêm bem depois e
escritas tão rápidas quanto possíveis sob a influência de uma ansiedade severa
de prazo.
11. Hoje em dia, qual
o nível de prioridade que a banda tem na sua vida?
Brendan McHugh: Nós estamos muito ocupados com outras coisas,
e infelizmente a música cai um pouco embaixo na nossa lista de prioridades.
Trabalho é a maior pedra no caminho. Nós também estamos ¾ na Filadélfia e ¼ em
Nova Iorque, então é difícil manter qualquer prática/composição/performance
programadas.
12. Uma vez eu vi
fotografias do incrivelmente subestimado “Memórias” (Woody Allen, 1980) em seu website.
È realmente um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Você pode, por
favor, nos falar de outras formas de arte com as quais vocês estejam conectados
e te tocam?
Brendan McHugh: Memórias é excelente. Nós não estamos
particularmente arraigados em nenhuma forma de arte exceto filme, talvez. Eu
trabalho com cinema, Tommy algumas vezes também. Matt e Brendan G
apreciam ir ao cinema.
13. Vocês encontraram
boas bandas na Europa que nunca tinham escutado?
Brendan McHugh: Os rapazes do Chalk Talk, que fizeram turnê
conosco, nos fizeram ouvir bastante uma banda chamada NOFX enquanto estávamos
na van e nós nunca tínhamos ouvido. Eles eram terríveis. O oposto do bom. Nós
encontramos algumas bandas boas, mas eu não lembro dos nomes porque foi há um
ano atrás.
14. Muito obrigado.
Digam qualquer coisa, e se de algum modo vocês vierem ao Brasil, vamos beber
algo.
Brendan McHugh: Nós adoraríamos ir ao Brasil algum
dia. Isso seria incrível. Obrigado por falar conosco.
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