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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Against Me!- Transgender Dysphoria Blues [2014]



Inspiração incondicional.
Incrivelmente, o punk rock reproduz o discurso patriarcado machista que estamos tão acostumados em nossa rotina, é obviamente inegável a importância de Laura Jane Grace ao assumir sua transexualidade. Transgender Dysphoria Blues vale toda a antecipação, até porque se sabe de todas as variações do Against Me!  durante a carreira da banda, inevitavelmente pensamos “mas o que vem depois?”.

Transgender Dysphoria Blues contém letras cruéis, escancaradamente diretas. A crise de identidade com o gênero ao mesmo tempo em que a aceitação surge: “You've got no cunt in your strut/ You've got no hips to shake/ And you know it's obvious/ But we can't choose how we're made”. Análogo as canções que tem sim instrumental bem otimista, as letras sempre voltam a temática transexual, Laura reagiu forte e provavelmente descontou as besteiras que ouviu em letras vorazes: “I don't have the heart to match/ The one pricked into your finger/ All things made to be destroyed/ All moments meant to pass”.

Embora a fase pré e pós-operação tenham uma enorme influência em Laura, suas letras e seu estilo de cantar, é inegável a mesma no som. À medida que ainda como Tom, ele soava muito sem vida e arrastado em White Crosses – e me atrevo a falar que nos últimos dez anos- como Laura a energia é claramente mais voluptuosa, o que inevitavelmente decai também sobre o instrumental. Refletindo no curto tempo do álbum- nem meia hora-, com Laura feroz, soltando a voz. Eles adquiriram o que vinham tentando depois de As the Eternal Cowboy, ou seja, uma mistura entre Southside Johnny e seu vocal “caipira” com o punk rock energético, fonte que a banda sempre bebeu inclusive politicamente.

Embora Transgender Dysphoria Blues aborde temas muito íntimos e obscuros, a estética produzida é de alguém em fase de superação. Alguém tentando deixar claro para todos que não precisa provar nada para ninguém. Enfrentando de frente os preconceitos judaico-cristãos, deixando claro que as pessoas deveriam fazer outras coisas ao invés de se comportar como homofóbicos, praticar transfobia, ou qualquer mesquinhez do tipo. É como se Laura Jane Grace não acreditasse que em pleno 2014, esses temas têm que ser desenvolvidos. Transgender Dysphoria Blues não é um álbum atual apenas em sua produção, mas evidencia o potencial interno de libertação de amarras sociais.

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