“ O ato supremo do
romantismo é o suicídio”, Fernanda Torres.
Eu tenho levado tudo da maneira
errada. Confundindo coisas, colocando a culpas em pessoas próximas, tudo para
evitar confessar o quão horrível tenho sido. Mas porra; parece que sempre tem
uma dor que não abandona o peito, um vazio que é sustentado pelas minhas
respirações. E eu não tenho muita certeza de porque tenho culpado todas as
pessoas, parece que é a única coisa que consigo fazer, tipo uma metralhadora
deixada no automático. Um dia mesmo eu sentei e disse que iria “começar do
início”, e escrever um diário íntimo investigativo do porque as coisas chegaram
aonde chegaram. É incrível como nos momentos ruins consigo esquecer todas as
coisas boas que tem acontecido; é como se num segundo tudo se vaporizasse e
restasse apenas a objetivação da angústia fria. Vai entender.
I'll put mind over matter
to put this matter out of my mind.
'cause I shouldn't let this get to me,
but I'm having trouble trying to find the right
way
to say I feel less than confident.
E por isso sempre as mesmas questões.
Coisas absolutamente tolas como; “eu nunca vou pertencer? Eu nunca vou me
articular na positividade desse mundo?”. Claramente esse não deveria ser o
foco; apontar as coisas negativas é -apesar do que dizem- fácil. Pelo menos
para mim sempre foi, sempre senti atração por frases tristes, livros trágicos e
filmes sérios. Parece que eu esqueci que a minha vida também estava no piloto
automático, que o que meus pais e meus parentes e alguns supostos amigos
esperavam, era o que justamente eu não queria e não podia ceder. “É tão difícil
mudar, quando esse mundo não te vê de nenhuma outra maneira”, dizia o Have Heart. E nessa hipertrofia íntima,
nessa superposição do “eu”, esqueci que outros tinham problemas parecidos,
dilemas semelhantes. Esqueci-me de todas as pessoas lindas quando tudo ficou
difícil. Então, tá bom, é melhor admitir; sou melodramático, supersensível. Uma
ex me dizia isso, e faz todo sentido. Eu posso respirar, tenho minhas pernas,
então fica muito claro que tudo que fizer de prejudicial vai ser sempre culpa
minha. Nunca é tarde para falar não e recomeçar com minhas próprias forças.
Mesmo que sejam esquisitas. Mesmo que sejam estranhas, confusas. Sou isso, eu
versus eu. Eu para trilhar um caminho, mesmo que não esperado por mais ninguém,
porra, refaz a frase: “sempre vai ter alguém, você não é o único”.
"Give it a
rest."
I shouldn't have to
say this,
but now I struggle to
recognize you.
"Give it a rest."
Eu ainda estou encontrando os
eixos. Depois, tudo se acerta. Tenho sido mal humorado com quem não merece. Em Keep Doing What You’re Doing temos
propostas ávidas do You Blew It!,
algum tipo de confirmação do envelhecimento através do tempo, tangendo certas
doses de otimismo. A libertação de uma banda que percebeu não precisar se
esconder atrás de pré formulas; por isso os vocais com garganta, outros limpos,
partes mais arrastadas, outras rápidas. Embora à primeira ouvida não pareça um
álbum caloroso, consecutivas escutadas farão as melodias preencher sua cabeça.
Relacione toda a esperança que contém o álbum com as diferentes mudanças de
tempo no instrumental e o que temos é um conjunto em sua plena maturidade.
I'm still clutching to
things I should have
said
and the bonds that
I've been ruining.
No fim, como praticamente toda
essa rotulação e demonização e o tão
dito revival, bandas como o YBI! talvez fiquem renegadas à não
atingir um público independente por qual sua música clama, como o The So So Glos e o Cloud Nothings, única e exclusivamente pelas letras serem tão
explicitamente sobre emoções intimas pessoais. E como tem se separado
absurdamente o indie underground de
músicas com temas tão viscerais e aflitivos, o elo fica maior ainda para o
ouvinte desse nicho que quer ouvir músicas com esse tema. Por favor, se você é
um desses, ouça uma porra de música no youtube!
Oblitere essa bobagem de emo revival.
Esse é um álbum para pessoas indecisas, que querem berrar a plenos pulmões o
que sentem, com ótimas jams que
indicam o caminho certo da banda. Mesmo que ninguém ouça.
For every good thing I
could say about you,
there's a great reason
why I refuse to.
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