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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Sport- Bon Voyage [2014]



“La poesia es conicimiento, salvación, poder, abandono”, Ocatvio Paz.

Aqui está o que eu aprendi; a vida é como distorcemos a verdade objetiva concreta. Quando eu fico bem, não consigo ver nenhuma nuvem no céu. Os problemas diários parecem tão distantes, incapazes de me saturar. Até esqueço que há em mim um gosto amargo de derrota! Até esqueço que estou sendo um morto-vivo a maior parte do tempo. Dá-me vontade enorme de pegar a bicicleta, colocar Bon Voyage nos fones de ouvido e sair gritando para o mundo “vamos viver!”. Evidentemente temos banho gelado, estacionamentos lotados, mas somos tão jovens, “vamos viver!”.

Arrumar uma maneira de escapar disso, desses dias monótonos; onde a constância se faz onipresente e parece que tudo reservado a nossa vida foi uma mesmice morta. Para que quando os pássaros cantarem na minha janela, eu não fique irritado por acordar outro dia cedo; e sim apreciar o mistério do não compreendido. Para não me sentir um estranho em todos os lugares que frequento.

My dear friends
You’d better join me in that dark pond
Where the water’s cold but where love keeps us warm
You’d better jump as fast as you can
And bring some stories to tell
To make them live, live forever
No we won’t live forever, no we won’t live forever
But they will, they Will

Com todas as histórias ao meu lado, numa nostalgia proustiana de um tempo vivido, eu estou pronto para suportar a tempestade. Porque não há tempestade tão desgraçada quanto os dias iguais que tenho vivenciado, a indiferença mecânica a qual somos submetidos. As pessoas ao meu redor em breve vão desaparecer, assim como o SPORT, assim como as tardes em que caminhei pela cidade berrando músicas no meu íntimo. Não me importando com o clima que fazia, se muito sol se muitas nuvens, apenas caminhando e sentido que estava vivo. Sentindo, enfim, o gosto de algo.

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Para ouvir, acesse o bandcamp da banda:

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