“Eu vi fantasmas e me
pareceram tão reais que pensei serem meus parentes. Cumprimentei a mão de
todos, porque reconheci no toque gelado o que me foi real durante toda vida”, Lúcio
Carlos.
O que podemos exigir de música em
um mundo tão saturado, reducionista e de rápidas informações? Para muitos
críticos, a música tem a necessidade de fazer um avanço histórico cronológico,
seja na vanguarda ou nos ritmos mais tradicionais. Isosceles Kramer, banda que fechou as portas em 2003, renasceu em
2012. Até poderiam pré-julgá-los se eles fossem uma banda famosa, hype- mas não, não há necessidade de
seguir a tendência de bandas que se foram e retornam depois de um bom tempo
porque, bem, a única necessidade deles é musical. Não sei bem o motivo da
reunião, não é fácil achar muitas coisas relativas à banda na web- mas é claro,
o importante é a música! E o registro sonoro deles é relevante. De um estilo
que inúmeras vezes sentimos muita falta.
A banda é formada por nomes
importantes em nossa cena independente: Wash
(Eu Serei A Hiena), Chovich (Tri-Lambda), Vinas (Deeper than That), Daniel (No Violence) e Irú. O
interessante é que a reunião, nove anos depois, teve como objetivo- além da
diversão entre a interação de tocar junto- regravar músicas daquela época.
Quanto será que eles evoluíram e mudaram suas perspectivas enquanto pessoas e
músicos desde então?
A maioria das letras são em inglês,
músicas atualizadas que refletem bem o que acontecia na virada dos anos 00 em
relação à cena independente. Embora o nome da banda tenha uma forte dosagem de
humor (Isosceles Kramer refere-se a
uma piada no seriado Seinfeld), o que
não falta é seriedade na construção de melodias e frases de guitarra. As
músicas têm métodos parecidos de criação, conquanto haja uma variação
extremamente grata nos riffs, gritos
e harmonia. Ao fim disso, fica a certeza de uma banda que sonoramente expressa
a época onde iniciou suas atividades, sem soar velha em pleno 2014.
Para conferir algumas músicas, clique aqui.
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