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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Two Knights – ‘Shut Up’ [2014]


"Is the endless pit in my chest, that swells when I think of death, where I go when I cease to exist? And will all of me implode into myself until nothing is left and all evidence of my life is erased from this world? Probably."



O primeiro EP do Two Kinghts, Lot of Bad Things Happened, But We’re Still Here, é praticamente uma referência de como balancear o tão dito emo clássico com tendências modernas. E, seguindo a linha lo-fi math rock, essa mesma estética maníaca de gritar- e fazer acordes métricos e cantar muito baixo- dá as caras, mais aperfeiçoado, sem perder a explosão anterior.

A sensação de continuidade musical é apresentada na primeira faixa. Parker Lawson canta propositalmente fora do tom, enquanto sua guitarra maluca extrapola por versos calculados ou simples acordes punks, enquanto a bateria de Miles DeBruin administra e deixa as coisas mais “sérias”. Os berros e letras revelam desapontamentos, esperanças quebradas e descrevem situações desagradáveis.

E os berros tomam a maior parte dos vocais durante o álbum, com tons de guitarra mais espessos do que no lançamento antecessor. Mas não são gritos que tentam se mostrar com a rudez de bandas alfa de hardcore. Estes são berros crus de desabafo, um senso de autodepreciação enorme, coisas que têm que se postas para fora, da maneira mais árdua possível.

Os vocais emotivos de Lawson trabalham com letras que exibem uma fraqueza do eu lírico. São reflexões bem vindas; pois têm sido recorrentes escritores de bandas em tom confessional culparem os outros pela merda que se encontram. Isso ele faz por meio de palavras brutalmente diretas, às vezes incrementadas com palavrões, ou em canções sobre a importância de ter um objetivo na vida e trabalhar para que isso aconteça, mesmo que no resultado as coisas não saiam como planejado.

As mudanças de tempo contrastam com a frustração que o vocalista se encontra, variando entre melodias dolorosas e berros de ajuda. DeBruin bate nos seus pratos com precisão e muita raiva quando necessário. A angústia transversa nesses riffs que se moldam meio a contragosto do vocal, como se fosse uma batalha entre espaço/voz. Essas letras que destroem os tímidos castelos de areia, o balanço entre autodepreciação e melodia e os variados andamentos rítmicos são os destaques em um disco que varia surpreendentemente em sua meia hora.

Embora as canções não alterem muito respectivas ‘fórmulas’- a de alternância entre berros; acordes angulares e um andamento mais lento e melódico- poucas destas têm mais de um minuto e meio, o que não deixa nada cansativo. Por isso, passa longe de ser um disco chato, onde os principais pontos são alcançados: dois jovens expostos e que querem deixar isso bem claro em sua sonoridade.

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