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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Olive Drab - The Big Sleep [2014]




Em seu primeiro disco cheio, Olive Drab consegue ampliar as sensações positivas que já davam a cara no EP Girl. Convocando a tradição lo-fi, nomes como Titus Andronicus, Sonic Youth e coisas que estão ganhando mais espaço lá fora como Pity Sex e Krill.

O que realmente se destaca aqui é a conexão das faixas, o que deixa uma sensação de continuidade ao ouvir o disco. As músicas são sobre temas comuns como: se apaixonar e se desiludir, descansar, buscar as soluções para os aborrecimentos, lamentações e almejar ser uma criatura melhor. Essas ondulações temáticas se encaixam como uma história que nos entretém até o fim. Lógico, esses temas comuns dão abertura para os ouvintes relacionarem as camadas musicais à suas próprias experiências subjetivas. Letras que cutucam diretamente a ferida, ainda assim não sendo puramente pessoais, abertas à diferentes interpretações.

As músicas aqui estão mais atenuadas e menos agressivas que no EP de estreia. Mas o que mais cativa é a construção melhor elaborada não reduzir nada a potência dos pedais, em faixas cheias e barulhentas.  Ótimas guitarras acompanham a banda em um crescendo, tudo ao redor de riffs principais que seguram a sonoridade. A precisão das baterias auxilia nesse convívio quieto-barulhento que a banda propõe, alternando velocidades e agressividade.

Os interlúdios que separam as canções são pausas bem pensadas para todo o barulho que ouvíamos anteriormente. Essas partes mais lentas dão maior coerência e foco nas fases mais rápidas, como se fossem ótimos contos curtos variando com romances mais aprofundados.

Uma banda que cresceu bem nos últimos dois anos, tanto em termos sonoros quanto escolhas estéticas para um disco cheio, que parece estar de fora da prisão de gêneros e se sente bem confortável tocando no porão- de preferência bem alto!

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