Em seu primeiro disco cheio, Olive Drab consegue ampliar as sensações
positivas que já davam a cara no EP Girl. Convocando a tradição lo-fi, nomes como Titus Andronicus, Sonic Youth
e coisas que estão ganhando mais espaço lá fora como Pity Sex e Krill.
O que realmente se destaca aqui é
a conexão das faixas, o que deixa uma sensação de continuidade ao ouvir o
disco. As músicas são sobre temas comuns como: se apaixonar e se desiludir,
descansar, buscar as soluções para os aborrecimentos, lamentações e almejar ser
uma criatura melhor. Essas ondulações temáticas se encaixam como uma história
que nos entretém até o fim. Lógico, esses temas comuns dão abertura para os
ouvintes relacionarem as camadas musicais à suas próprias experiências
subjetivas. Letras que cutucam diretamente a ferida, ainda assim não sendo
puramente pessoais, abertas à diferentes interpretações.
As músicas aqui estão mais
atenuadas e menos agressivas que no EP de estreia. Mas o que mais cativa é a
construção melhor elaborada não reduzir nada a potência dos pedais, em faixas
cheias e barulhentas. Ótimas guitarras
acompanham a banda em um crescendo, tudo ao redor de riffs principais que seguram a sonoridade. A precisão das baterias
auxilia nesse convívio quieto-barulhento que a banda propõe, alternando
velocidades e agressividade.
Os interlúdios que separam as
canções são pausas bem pensadas para todo o barulho que ouvíamos anteriormente.
Essas partes mais lentas dão maior coerência e foco nas fases mais rápidas,
como se fossem ótimos contos curtos variando com romances mais aprofundados.
Uma banda que cresceu bem nos
últimos dois anos, tanto em termos sonoros quanto escolhas estéticas para um
disco cheio, que parece estar de fora da prisão de gêneros e se sente bem
confortável tocando no porão- de preferência bem alto!
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