Com o inverno se aproximando,
esse duo- com uma sonoridade surpreendentemente cheia e completa para uma
dupla- se mostra uma ótima trilha sonora. Apesar de ser claramente influenciado
pelo indie emo na transição do último
século, Nai Harvest foge da simples
cópia para adicionar elementos muito interessantes em seu universo estético.
Mas eles não tocam apenas “alto”
para compensar uma suposta falta de adições e detalhes. Há uma junção de
elementos sonoros diversos que se unem para dar peso à coisa toda. Como uma
banda de garagem quando se propõe a tocar os riffs, mas também confiando no emo
“preguiçoso”, arrastado como algumas coisas do grunge.
O álbum é praticamente simétrico
no tocante à divisão das faixas, duas mais arrastadas e duas mais “garagem”. Do
entrecruzamento “lo-fi”, indie e não
tão especificamente emo, nasce Rush.
As duas faixas que seguem, são mais densas, conturbadas, com aparente difícil
desenvolvimento até, já na porção final, ocorrer uma junção de distorções e
viradas na bateria.
Alternâncias que trazem graça e
até uma suspeita de que tal som seja realmente conduzido por uma dupla. Letras
que lidam com aflição, aniquilamento e sentimentos opressivos, enquanto a ação
instrumental vai direto ao ponto. No final, a seção rítmica funciona com mais
harmonia, ouvirmos cantaroladas- tranquilidade, fim de tudo? Com certeza uma
espécie de zona de conforto encontrada depois de algumas andanças.
Penso num entrecruzamento do The Movielife com Further Seems Forever, onde as cadências são sobrepostas por
guitarras altas e a velocidade da bateria é contrastada com o vocal arrastado.
Um ambiente distorcido e conturbado, onde um modelo que raramente dimana realça
a característica da banda- ou seja, quem procurar guitarras e bateria de
garagem e letras sentimentais tem aqui o pacote todo.
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