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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Origamibiro - Odham’s Standard [2014] e a Inquietação do silêncio.




Na fotografia, Origamibiro encontrou sua inspiração para seu lançamento mais recente. A novidade para as gravações anteriores é que, ao invés de só encararmos instabilidades em sequência, nos deparamos com um bocado de sons “ilusórios”, que arranham texturas difíceis de identificar.

Ainda assim, é possível ouvir fortes imposições pessoais como relógio, folhas sendo desagregadas; datilógrafos e outros utensílios como tambores. As possibilidades que a princípio possam soar reduzidas mostram-se ampliadas com a habilidade nata da dupla. No que se refere aos outros lançamentos, o Origamibiro está muito mais sensível. Como saber, no entanto, como conseguem alcançar esse grau de sensibilidade com tantos aparatos “antimusicais” é um mistério. É o que nos resta, contemplar sons incomuns criados por artistas inventivos.

Odham’s Standard contém outras fontes de estudos como gravações em campo e filmagens amadoras. As propagações de mistérios relacionadas a ambientações que estamos mais acostumados nos imergem em algo muito atrativo. Odham’s Standard é uma fragmentação de rastros sonoros dispersos ou criados exclusivamente para esse fim? A fita que fez esse som ou é uma adaptação alheia? São temas que obcecam Tom Hill e Andy Tytherleigh. Nesse caso é interessante como as modulações sonoras se comportam em diferentes imaginários mesmo sendo intrinsecamente formadas iguais. Outro mistério: ao fim de uma faixa, um sussurro: “O que aconteceu?”. Em seguida, o silêncio.

Não há necessidade de você não acreditar que é um instrumento, os sons são agradáveis. É o suficiente admirar as canções enquanto elas se modulam em formas. É o rastro que elas deixam durante o clímax que torna tudo tão memorável. No meio de sons irreconhecíveis, uma orquestra que conduz a música até finalizar com um acústico sozinho, ecoando. Ainda há uma luta entre as cordas e uma voz incógnita, onde ambas recusam a ceder espaço. A linha entre o som, tão borrada como a capa do disco. É muito possível que no futuro, os ouvintes reconheçam todas as intenções e sons fantasmas que assombram as canções, para nós, resta a beleza.

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