O primeiro álbum do Sonic Youth, Sonic Youth, foi lançado
em 1982, poucos meses depois da formação da banda. “É quase chocante o quão
maturo esse álbum é” observa Byron Coley,
em seu encarte. Olhando a capa, não é difícil concordar. Ela descreve os quatro
membros do Sonic Youth: Thurston Moore,
Lee Ronaldo, Kim Gordan e Richard Edson. Kim parecer ter saído direto da
graduação em arte, com seus óculos enormes e cabelo que parece ter sido cortado
com faca e garfo, Thurston parece tem
quatorze anos. Richard Edson não está usando o boné de baseball que Kim o
encorajou a usar, e Lee parece estar com, hum,
trinta anos! Mas essa é a foto que ele aparenta estar mais jovem das que eu vi.
De alguma maneira, não é tão
chocante o quão maturo esse álbum é. Razão para tal, as bandas anteriores que
eles estiveram. Não importa o quão chocante seja; esse álbum detona! No caminho
típico artístico, interessante, inequívoco do Sonic Youth. Esse álbum é o contrário de todos os outros, distinto.
As duas guitarras esquentam em dissonância no estilo Sonic Youth. Os assaltos das guitarras espreitam cada guinada que a
música exige, sempre fazendo que o todo rejeite uma assimilação dos estilos
massivos da época. Com poucos efeitos usados raramente, eles conseguem criar
quantidades chocantes de ruídos, eles serrilham e investem repetidamente contra
os acordes. O estilo minimalista do baixo da Kim fica estranhamente alto na
mixagem, que impulsiona as músicas para frente, lhes dá estrutura, e mescla as
canções firmemente. É o ponto de foco da maioria das canções, e permite que as
guitarras reinem livremente. A bateria é principalmente simplista, e chama as
raízes de dança do Edson. Sonic Youth
também é notável pelas tentativas do Moore de cantar, que ele abandonou logo, e
em vez disso optou por um zumbido único até o álbum de 1986 E.V.O.L.
Começa sem uma estrutura
aparente, aparecendo uma batida de dança de vanguarda/post-punk, guitarra fora do tom, até o baixo da Kim emergir. Seu
som solto, alto, é pesadamente inspirado no reggae. De repente irrompe um
barulho estático rugindo, aparentemente criado pelo Lee executando um exercício
mecânico através de um pedal “wah-wah”.
Hum, interessante! A batida do tambor
tribal dá o tom, e um energético baixo de duas notas segue. Aparentemente, essa
direção é inspirada pelos seminais “Krautrockers”
do Can, e os vocais do Moore são suas
melhores impressões do Damo Suzuki. Isso
é notável. Kim e Thurston trocam de
instrumentos, e ele toca uma linha mais roqueira de baixo, enquanto Kim
distorce tudo com o Lee.
A gravadora Neutral foi criada para lançar esse álbum. Ou esse longo EP, sei lá. É um álbum muito interessante de ouvir. Mas mais do que isso, na verdade, é um dos grandes passos do Sonic Youth em direção a um som próprio (incrível como mesmo com linhas no wave e post-punk o álbum se difere muito das gravações da época).
"O ponto é, beleza e barulho e amor e eternidade. Em um pequeno pacote. O que mais você poderia pedir?" Byron Coley, no encarte.
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