Eu sei que é superficial, mas eu
tenho ficado com um pouco de inveja do Oren
Ambarchi esses dias. 2012 foi, depois de tudo, o ano do Ambarchi, com seu álbum Audience of One. Adicione a turnê com o SUNN O))), ainda com outra gravação
incrível com Haino e O’Rourke, foram uns meses e tanto para o
australiano! Depois disso tudo, lançou um álbum com os jazzistas livres suecos Fire! Apenas para esfregar essas coisas
na minha cara. Bastardo talentoso sortudo.
Werliin brilha particularmente de
forma brilhante, sua percussão uma mistura requintada de precisão matemática e
impressionante resistência. Ambarchi faz sua transformação usual da guitarra,
cada nota estendida e distorcida em um vago ozônio que aos poucos vai se
aninhando aos olhos turvos sobre os padrões repetidos de Werliin e o estrondoso
baixo do Berthling. Essa plataforma rígida provê ao Gustafsson uma plataforma
ideal para brilhar, e seu sax dança e tremula sobre o groove de seus
companheiros, alongando no ar como uma bailarina lunática. Alguém vai pensar no
This Heat, principalmente Horizontal
Hold, ou uma redenção bizarra de Poptones, do PiL, filtrada através da
psicodelia instrumental do Oneida ou do Serpentina
Satelite. Eu me aproximei do In The Mouth A Hand esperando uma humorada
brincadeira de jazz livre, mas esse é um álbum que destila muitas influências
em algo além do jazz ou rock, e você tem a sensação de que é algo feito de
forma natural e com um sorriso maroto estampado na face de todos envolvidos!
Feroz e divertido, In The Mouth A Hand pode não entregar nenhuma surpresa real
( por toda sua estranheza, parece que é alguma extensão do trabalho recente do
Ambarchi, em particular), mas mostra o melhor desses músicos talentosos e, mais
importante, o conforto que eles interagem e tocam, o que é provavelmente o
que alguém esperaria com grandes expectativas.
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