Como a legacia do Husker Du tem
mostrado, parcerias iguais em composições não necessariamente se traduzem em
igualdade de estatura. Através do legado entre 1980-87 dos pioneiros do
popular barulhento de St. Paul, Bob Mould
e Grant Hart exibiram uma divisão Lennon/McCartney nas composições (e as
purulentas tensões internas que levaram ao resultado que todos conhecem), mas
em termos de perfil público pós-rompimento, Hart pode melhor ser Pete Best.
Enquanto Mould tem permanecido nos
holofotes entre miríades de empreendimentos- vendendo centenas de milhares de
gravação com o Sugar, ou sendo convidado para os álbuns do Foo Fighters- Hart tem gravado apenas esporadicamente, levando
vários anos e às vezes, décadas inteiras entre lançamentos. E se ele está
servindo aos prazeres do Power-pop (Good
News for Modern Man, de 1999) ou a psicodelia esgotada de baixo custo com a
assistência de vários membros do Godspeed
You! Black Emperor (Hot Wax, 2009), seus álbuns tem sofrido do mesmo
destino sem cerimônia, emitidos por micro selos obscuros independentes e majoritariamente
ignorados.
Inevitavelmente com um álbum dessa escala, há momentos onde as tentativas interpretativas do Hart substituem a constituição musical. Mas por toda sua expressão, The Argument mantém um ritmo acelerado, com uma inspiração White Album no sentido de irreverência que garante Hart nunca ficando parado em um mesmo lugar por muito tempo. Sem dúvidas, o espírito errante do álbum e a sensibilidade barroca apresentam um desafio aos fãs da velha escola que desejam que Hart e Mould enterrem o machado de uma vez. Mas a grande coisa sobre o The Argument é que, não só faz a reformação do Husker Du parecer uma possibilidade ainda mais remota, faz a perspectiva inteira muito mais indesejável e desnecessária.
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