A referência minimalista que
emerge do Naðra, a priori, soa como
uma referência às outras bandas que apostaram nesse conceito ao longo dos anos.
O quinteto islandês infelizmente cai na repetição entediante que tenho reparado
em muitas bandas desse gênero. Ao invés de uma saturação que cria realmente um
ambiente, Allir Vegir Til Glötunar soa
como a aplicação dos elementos centrais do Black metal (tremuladas, blast-beats, vocais esganiçados) de
forma completamente desordenada. Longe
de construir algo com tudo isso, a banda simplesmente joga na nossa face na
espera que, só por nós gostarmos de metal extremo, iremos apreciar a confusão
sonora instalada.
Frequentemente explorados, os blast-beats derrubam qualquer estrutura
que Allir Vegir Til Glötunar poderia
garantir. O que anteriormente era uma expressão única e necessária, agora é
utilizado apenas para agradar certo nicho. Realmente não consigo imaginar a
serventia desse álbum senão apenas para utilizar certas tags e cumprir respectivos papéis. Tudo estaria perfeito se não
houvesse bandas que já fizeram isso melhor e tantas outras atualmente que
desafiam mais os ouvintes e estendem seus limites sonoros.
Depois de toda transformação que
o gênero passou, cabe a nós ouvintes indicarmos as bandas que exploram o
radicalismo que sempre foi o que o gênero propôs. Não há dúvidas que o Naðra explora os elementos básicos de
forma bem precisa, mas é muito difícil não acreditar que eles apenas fizeram
isso para se agarrar aos fãs mais fiéis, enquanto praticam durante quase
quarenta minutos uma mesmice que com certeza nós já ouvimos antes. No entanto,
e talvez esse seja o único mérito do disco, pode levar um ouvinte novo a
conhecer outras bandas que protagonizaram esse estilo de Black metal, em
especial as da Noruega nos anos 1990. As influências não só tomam o Naðra, elas são o disco.
Uma das primeiras coisas que eu
aprendi quando comecei a amar isso era que se tratava de radicalismo e não de
certo conservadorismo (tudo no âmbito estético). Allir Vegir Til Glötunar é um álbum novo que poderia muito bem
ser lançado há vinte anos. Tudo nesse disco transpira devoção. São cinco faixas
que poderiam ser apenas uma e que nós não iríamos reparar diferença alguma. Allir Vegir Til Glötunar nos introduz
uma banda que realmente parece um peso morto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário