O último trabalho de Costantino Kiriakos, como Coti, é praticamente indispensável, vale a pena conferir cada segundo. Ele está envolvido com o experimentalismo eletrônico desde os anos 80 e tem outros projetos que também merecem uma checada. Fiquei muito feliz quando ele concordou em responder a algumas perguntas:
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[Anthem Albums] Como você se
envolveu com a cena musical de Atenas?
[Coti] Eu nasci em Milão, na Itália, mas eu me mudei com
minha família para Atenas quando eu tinha cinco anos. Comecei a me interessar
por música muito tarde para uma criança, por volta dos quinze anos, e eu
comecei imediatamente a fazer a minha própria música. A partir daí, foi uma
simples questão de tocar e tocar e conhecer outros músicos no processo.
[A.A] O que você mais aprecia em
você como músico?
[C] Acho que o que eu mais valorizo é a minha abertura
para o que é música.
[A.A] Você é muito produtivo,
muitos lançamentos nos últimos anos. Você às vezes tem bloqueios criativos?
[C] Sim, eu tenho bloqueios criativos, minha maneira de
evitá-los é deixar o projeto que eu estava trabalhando e passar para algum
outro que poderia ser mais inspirador no momento.
[A.A] Você pode descrever a cena
musical de Atenas?
[C] Atenas no momento é um lugar muito interessante para
estar por causa de toda a crise acontecendo aqui. Há um número muito grande de
bandas e outros projetos musicais acontecendo. São tempos muito difíceis, mas
interessantes ao mesmo tempo.
[A.A] Como é que Atenas
influencia a sua música, a maneira de escrever, criar?
[C] Eu tenho que dizer que meu lugar musical não é Atenas, provavelmente
muito barulhento para mim me concentrar, eu escrevo principalmente na ilha de
Tinos, onde tenho uma casinha.
[A.A] Como rolou a gravação de Solesulsuolo?
[C] Solesulsuolo foi composto e gravado em Estocolmo. Eu
fiquei na Suécia por alguns meses, verificando se eu gostaria de viver lá (eu
não). Um bom amigo me deu acesso ao seu local de ensaio e então eu fui lá para tocar
com o meu novo instrumento que eu tinha acabado de construir, o Oniscus Harmonicus. Os tempos eram muito
difíceis em um nível pessoal, mas escondido no estúdio só gravando e tocando
foi ótimo, também ao lado havia a melhor pastelaria em Estocolmo.
[A.A] Como são suas apresentações
ao vivo?
[C] Eu não me apresento sozinho muitas vezes, eu toco ao
vivo na maior parte com Mohammad (um
trio que temos com Nikos Veliotis e
ILIOS). Ultimamente eu comecei a tocar com o meu projeto musical, The Man from Managra.
[A.A] Quais músicos são seus
remédios?
[C] Compositores como Lee Hazlewood, L.Cohen e Eno.
[A.A] Você ainda ouve os músicos
que você estava ouvindo quando você começou na música?
[C] Às vezes eu ouço, eu estava ouvindo Go Betweens semana passada.
[A.A] Quais são as principais
mudanças de “Onda” para “Solesulsuolo”?
[C] “Onda” é gravado apenas com um contrabaixo, e o Solesulsuolo com o Oniscus. Onda foi escrito em uma ilha do Mediterrâneo, no verão,
enquanto Solesulsuolo foi escrito no
norte da Europa, desejando estar na ilha. Então Solesulsuolo é muito mais obscuro para mim.
[A.A] Como artista, você acha que
a crítica ainda é relevante? Você lê críticas?
[C] Sim, eu leio, todos os músicos se preocupam com o que
as outras pessoas pensam de sua música, alguns simplesmente não vão admitir
isso. Claro que uma má crítica pode estragar o seu dia, mas é um risco que você
tem que tomar.
[A.A] Como outras formas de artes
influenciam a sua música?
[C] Eu sempre penso na música de uma maneira visual. No
momento que ouço a música eu imagino linhas, pontos, etc.
[A.A] Quais outros projetos você
está envolvido agora?
[C] Acabamos de lançar Zo Rél Do, quarto lançamento do Mohammad
(confiram aqui www.mohammad.gr) e estamos
organizando uma pequena turnê europeia para outubro.
Com o The Man From
Managra (www.themanfrommmanagra.com) estamos tocando em algumas casas
de show aqui em Atenas, e eu também estou tentando ver se consigo alguma forma
de promovê-lo fora da Grécia.
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Official Website: http://www.cotik.com/index.htm
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