Wilco não fez nada de errado na
obra-prima que é esse disco duplo.
Uncle Tupelo era uma baita banda, mas na época que o Wilco fez o Being There, a nova banda de Jeff Tweedy realmente não tinha muita coisa
em comum com a velha. Comparado com Being
There, uma obra-prima de 77 minutos que persiste em segurar a coroa como o
melhor trabalho do Wilco até hoje, o simples alt-country do Uncle Tupelo
parece uma mistura muito velha. Poxa, até o trabalho anterior do Wilco, o leve A.M,
parece entediante quando comparado a isso; é seguro dizer que Being There marca a completa transição
do Wilco para os compositores de primeira linha. Misturando elementos
psicodélicos e adicionando uma ligeira inclinação experimental nas canções, Being There é um épico vasto que vale a
pena sua mais de uma hora de duração.
Being There é sempre excelente de ouvir, certamente não se submete
a um gênero musical específico: músicas variam de épico turbulento barulhento
para country agradável ou rock otimista. E é tudo bom! Alguns opositores diriam
que tanta variedade resultaria em uma bagunça confusa, mas não acontece com Being There; a sensação de tudo estar
compacto e a justaposição da localização de algumas canções fazem Being There mais interessante e imprevisível.
Entretanto, considere
“imprevisível” levemente: você não vai encontrar ruídos de 17 minutos ou Jeff Tweedy cantando rap em Being There. Mas esse álbum aponta o
Wilco tentando verdadeiramente coisas novas pela primeira vez. As canções
transitam entre a introdução chocante bêbada e triste em um piano aos fins
barulhentos quase psicodélicos, onde Tweedy
canta/grita “Eu gostaria de agradecer a vocês todos/ Por nada/ Realmente nada”;
lutando para ser ouvido acima do barulho; acredite, nesse momento seu cabelo
vai ficar de pé.
Algumas canções, com refrão
irresistível, evitam a harmonia com finais dinamicamente monstruosos. De novo,
entretanto, considere “monstruoso” levemente; o que não implica em afirmar que Being There é melhor que 99% das músicas
que entopem as rádios. O comprimento e alcance de Being There são positivos; há tanta coisa boa aqui que ouvidas
repetidas ficam encorajadas e possivelmente essenciais para desfrutar
plenamente de tal monstruosidade! Cada vez que você ouvir Being There encontrará algo de novo para mastigar; desenterrando um
novo momento favorito.
Wilco sempre esteve em seu melhor
quando puxa as cordas do seu coração e enfatiza seus problemas, e isto é
verdade em Being There ! A voz de Tweedy racha em emoção quando o coro do
refrão entra.
Felizmente, Being There não é só coração partido e tempos lentos. Essas
canções são para cantar junto e são melhores apreciadas quando se está
completamente embriagado, e as guitarras desleixadas tocando e o vocal
irreverente sugere que os músicos ficaram bêbados para gravar toda a festa! Com
riffs que caberia tranquilamente em Exile on Main Street, e as letras de Tweedy, se preocupando com vagabundos
petrificados e perdedores cansados, poderiam facilmente ter saído da caneta do
Jagger.
Não é roqueiro no sentido
tradicional, principalmente devido à ausência de riffs massivos ou qualquer instrumento elétrico. Com certeza você
vai sentir alguma fadiga fantasma quando os 77 minutos de Being There finalmente passarem, principalmente devido à alta
qualidade do material e a forma rápida que você é atingindo com ele, em uma
cadeira de balanço despreocupado (fumando charuto e tomando uísque), algo para
você relaxar, a maneira perfeita de aliviar a tensão fatigada!
Yankee Hotel Foxtrot é frequentemente (e erroneamente) citado como
o principal trabalho do Wilco, uma obra-prima experimental de alturas tão grandes
que nunca poderá ser refeita. Being There
não é nem de perto tão inovador quanto aquele álbum, na verdade, não é de forma
alguma inovador; pode-se até se dizer que o álbum com marca experimental de
country alternativo é banalmente comparado com as coisas posteriores da banda,
o que pode vir a ser totalmente verdade. No entanto, deixando pra lá o quão “inovador”
Being There é ou deixa de ser, não há
como negar que as canções são malditas de boas. Por 77 minutos, Wilco apenas
bota para fora ótima canção após canção, fazendo absolutamente nada de errado
em 19 faixas; se são canções perfeitas que fazem de um álbum perfeito, Being There está cheio delas. Esteja preparado
para se apaixonar pelo rock and roll
novamente!
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