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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

2018: 50 músicas favoritas - Parte 1

Músicas tridimensionais para estranhar-se enquanto dança, em qualquer lugar, a qualquer hora.

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A parte um é baseada em EXERCÍCIOS para suar, para nunca desacelerar, para continuar correndo para evitar pensar na morte, nas contas, na política.

Parte 1: "SUANDO"

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SOPHIE — Faceshopping


Faceshopping é a própria dissolução da gravidade percolada em seus traseiros, abundantemente movimentando num acelerado ritmo desconhecido. Uma vez que a SOPHIE sedimenta a própria matéria da sua música em gemidos, melodias e murmurações estridentes, o elemento primário é confundido com diversas indagações, transformando-se em outra coisa.

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Robyn - Missing U

Missing U é um presente de Robyn a seus fãs. Produzida com uma batida constante que não se modifica com a introdução dos sintetizadores ou varição melódica dos vocais, é impossível não seguir a constância irradiadora que a música emite. Enquanto a canção possa parecer "bobinha" à primeira audição, sua ambientação, ao longo do tempo, exibe uma perseverança duma artista ligada a princípios estéticos autorais.

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Kid See Ghosts - 4th Dimension ft. Louis Prima


Com uma introdução que inaugura uma áurea "obscura" em modalidades líricas como a dubiedade de um jacaré, "4th Dimension" pode ser lida como uma celebração dos fantasmas e demônios como tentações dionisíacas.

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Grems - Balaras les flows


Tão sensual quanto o refrão que inicia a música é a agressividade dos versos certeiros, contrastando com a melodia da parte inicial. E as batidas bruscamente interrompidas! Rodando num espaço vazio como uma celebração de si.

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J Balvin - Ambiente


Cabeça balançando no ritmo do verão comercial. Um incomensurável azul estendendo-se, fundindo-se a um horizonte idílico. O espetáculo de rostos, de fumaças, de instintos materializados. Pessoas querendo ver até que hora aguentam. E quando não aguentarem mais, vão sentar e conversar até renovar as energias. Pergunto até quando essa doce ilusão vai aguentar. Ninguém sabe; as casas prolongadas refletidas num riacho inconcebível quando estiver em qualquer outro lugar.

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Objekt- Lost and Found (Lost Mix)


O "Objekt" pega sons sequenciais e ininterruptos e os fragmenta como algo fora da ordem, orbitando obstinadamente em aparições emergentes que já surgem fadadas a sumir. Você ouve "Lost and Found" como um remix de sons que nunca havia escutado, mas como se fossem adjacências onipresentes que só se evidenciam quando a aparência mundana é desconstruída. Em seus 7 minutos, "Lost and Found" é um mundo que descobre suas veleidades porque rejeita sua própria superfície, cantando rumores velados.

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Let's Eat Grandma- Hot Pink


Seria romântico se a extinção da humanidade por um viés congelado e robótico ainda carregasse algumas pretensões ingênuas. "Hot Pink" incorpora um abraço que poderia reunir o que já não é mais humano à nostalgia ocidental juvenil de amor. Se a música "pop" está sempre indo pra frente e, principalmente neste ano, está aliando-se às tecnologias para deixar o elemento humano para trás, não é sem certa saudade que a dupla aceita a nova Era.

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Against All Logic - I Never Dream


House talvez seja um dos subgêneros que não para de se renovar, mas o "Against All Logic" vai direto a um núcleo de transformação e consegue remodelar a própria influência com que o passado é escutado. Enquanto alguma espécie de "lealdade" pode ser conferida em todo o disco, as constantes remodulações (vozes, batidas, samples) ambientam um túnel temporal em que se sente estar presentificando toda a história da música eletrônica. Como se o techno da década de 90 estivesse se transformando com as recentes ondas de nacionalismo étnico e a saudade de tempos melhores fosse uma utopia que só a música, especificamente esse tipo de música, pudesse criar. Entre essa construção de um futuro possível, certamente o AAL se encontra em comunhão aos precursores no quesito estético: um presente interminável impõe-se enquanto instância mediadora de passado e futuro.

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Denzel Curry - BLACK BALLOONS | 13LACK 13ALLOONZ


Eu imagino um monte de citações insanas para companhar esse música em que a velocidade lúcida de Denzel permite ao ouvinte uma visita às coisas do primeiro Outkast, mas também uma energia constante sendo emprestada pela "alegria" da música. Isso pode não fazer nenhum sentido a você, e talvez falte coesão à minha sintaxe, mas é só ouvir a música que você entenderá. Ouça essa velocidade como se você não tivesse mais tempo, tente -miseravelmente- esquecer a melodia do refrão.

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Marie Davidson - 'Work It'


A verdade é que o fetiche retrô foi totalmente estranhado pela nova leva de artistas de dance music: em vez de uma simples nostalgia tentando recuperar certas sonoridades, eles justapõem evasões musicais que, quando estão juntas a sons tradicionais, revelam tensão e contraste. Explorando o absurdo de "ter saudades de algo" enquanto se tem plena consciência de um passado comodificado. 

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