A abertura que os sintetizadores
em Visitor (uma das melhores músicas
do ano) propõem, pode resumir bem todo o conceito de mais um disco lançado pelo
Gustavo Jobim, dessa vez com a dupla sérvia Visszajáró.
Embora ainda haja muitos sons na
mesma freqüência, parece que Jobim decidiu expandir seus temas e os
contra-pontos são desenvolvidos com mais “espaçamento”, enquanto ainda nos
deparamos com as passagens tão habituais de signos sonoros que não conseguimos identificar
claramente, uma espécie de aparição. Mesmo sendo decididamente experimental, há
certos espectros sonoros que se fixam em nossa mente, apesar do minimalismo
dominante. Curioso que certo “radicalismo” estético interaja com essas
projeções e tanta coisa floresça daí.
Essa ambiência “obscura” criada pelos
artistas, porém, abriga elementos eletrônicos que podem até ser considerados “dançantes”.
Talvez Jobim não aumente sua base de fãs em função desse lançamento, e sinceramente
duvido que esse seja o principal objetivo. Já estamos no ponto de afirmar que é
algo “típico” de Jobim, o que certamente significa uma construção de uma obra
muito prolífica. Certamente, em progresso.
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