Para quem conhece os lançamentos
do Ed Palermo e sua banda de apoio, não é novidade que desde sempre temos
ouvido lançamentos que musica de maneira jazzista a obra de Frank Zappa. Qualquer que seja a
intenção do compositor em fazer tantos covers
(há poucas musicais originais aqui)- volta-se a atenção para a banda de
dezessete integrantes.
As interpretações diferentes são
todas arquitetadas por Palermo enquanto os outros vários instrumentos destacam
musicas (novamente, a maioria de Zappa)
com a sonoridade característica das big
bands. É fácil, com o talento óbvio que os músicos exibem, sentir em One Child Left Behind vontade de dançar,
já que tudo é realizado numa positividade reinante, o que tira um pouco o ar
“esquisito” como as canções ficaram originalmente conhecidas. Eu não conheço
muito a obra do Zappa e gosto muito
das tradicionais big bands dos anos
50 e 60 e o conjunto de Palermo não deturpa nem a memória do Frank nem essa celebração
de certa época. Comandados por Ed, a banda altera as percepções e curiosamente
deixam as canções mais acessíveis- especialmente para quem é introduzido no
jazz. De qualquer forma, as releituras da obra de Frank e as outras canções
mantém certo swing e alçam ao máximo os encontros entre instrumentos e o que
poder ser realizado a partir desses andamentos. Há muitos que talvez façam a
pergunta de qual a relevância disso e ela pode ser respondida citando o corpo
sonoro que Palermo vem solidificando e como a visitação de uma determinada
época opera como instrumento de memória.
Finalmente, toda a obra de
Palermo tem atravessado gerações e acolhendo resíduos tradicionalíssimos para
musicar as homenagens que Ed tanto deseja. Vai além de usurpar a memória do
jazz e do Zappa para comercializar
arte- é a manutenção de um espírito.
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